terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cultivando A Comunidade


Dia 19


Cultivando a comunidade

Vocês podem desenvolver uma comunidade saudável e robusta que viva de acordo com Deus e desfrute os resultados se tão-somente derem conta da árdua tarefa de se relacionarem bem uns com os outros, tratando-se digna e honradamente.

Tiago 3.18; Msg

Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos, à vida em comum, à refeição comunitária e às orações. Atos 2.42; Msg

Comunidade exige comprometimento.

Somente o Espírito Santo pode criar uma verdadeira comunhão en­tre crentes, mas ele processa isso através das escolhas e compromissos que fazemos. Paulo trata dessa dupla responsabilidade: Vocês estão unidos na paz por meio do Espírito. Esforcem-se, portanto, para con­tinuar unidos desse modo.1 É necessário tanto o poder de Deus quanto o nosso esforço para produzir uma comunidade cristã amorosa.

Infelizmente, muitas pessoas crescem em famílias com relaciona­mentos perniciosos, então carecem das habilidades relacionais ne­cessárias à verdadeira comunhão. Elas devem ser ensinadas a lidar e se relacionar com as outras pessoas na família de Deus. Felizmente, o Novo Testamento é repleto de instruções sobre como partilhar uma vida. Paulo escreveu: Escrevo-lhe estas coisas, [para que] saiba como viver na família de Deus. Essa família é a igreja.2

Se você está cansado de comunhão fajuta e gostaria de cultivar uma comunidade amorosa com uma comunhão verdadeira em seu grupo pequeno, classe de escola dominical ou igreja, será necessário fazer algumas escolhas difíceis e assumir alguns riscos.

Formar uma comunidade exige sinceridade. Você deverá ter uma grande dedicação a falar a verdade de forma carinhosa, mesmo quando preferir passar por cima de um problema ou desconsiderar um assunto. Embora seja muito mais fácil permanecer em silêncio enquanto os outros à sua volta prejudicam a si próprios e aos ou­tros com alguma prática pecaminosa, essa não é a atitude de amor a ser tomada. Poucas pessoas podem contar com alguém que as ame o suficiente para dizer-lhes a verdade (mesmo quando a verdade machuca), então continuam em caminhos de autodestruição. Nós freqüen­temente sabemos o que precisa ser dito a alguém, mas nossos temo­res nos impedem de dizer. Muitas comunidades são sabotadas pelo medo: ninguém tem coragem de falar em meio ao grupo, enquanto a vida de um membro desmorona.

A Bíblia nos manda falar a verdade em amor,3 porque não pode­mos ter uma comunidade sem sinceridade. Salomão disse: A respos­ta sincera é sinal de uma amizade verdadeira.4 Algumas vezes, isso significa importar-se a ponto de carinhosamente questionar aquele que estiver pecando ou sendo tentado a pecar. Paulo diz: Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espiritu­ais, deverão restaurá-lo com mansidão.5

Muitas comunidades e grupos pequenos permanecem superfici­ais por terem receio de conflitos. Toda vez que uma questão vem à tona e pode causar tensão ou desconforto, é imediatamente enco­berta, a fim de preservar uma falsa sensação de paz. O Sr. “Panos Quentes” intervém e tenta aplacar os ânimos. O assunto nunca é resolvido, e todos vivem com uma frus­tração dissimulada. Todos sabem do problema, mas ninguém fala sobre ele abertamente. Isso cria um ambiente doentio de segredos, onde floresce a fofoca. A solução de Paulo era direta:

Chega de mentiras, chega de fingimento. Fale a verdade ao seu próximo. Afinal, no corpo de Cristo, estamos todos ligados uns aos outros. Quando você mente para os outros, você acaba mentindo para si mesmo.6

A verdadeira comunhão, seja no casamento, seja na amizade, seja na sua igreja, depende da franqueza. Na verdade, o túnel do conflito é a travessia para a intimidade em qualquer relacionamento. Até que vocês se importem o suficiente para confrontar e solucionar os obstá­culos encobertos, jamais ficarão íntimos uns dos outros. Quando um conflito é tratado corretamente, crescemos em intimidade uns com os outros ao enfrentar e resolver nossas diferenças. A Bíblia diz: No fi­nal, as pessoas valorizam a sinceridade mais que a bajulação.7

Franqueza não é uma licença para dizer o que você quer, onde quiser e sempre que quiser. Não é grosseria. A Bíblia diz que existe um tempo certo e um modo certo de fazer cada coisa.8 Palavras impen­sadas deixam feridas permanentes. Deus nos manda falar uns aos outros na igreja como carinhosos membros da mesma família: Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fos­se seu pai; trate os jovens como a irmãos, as mulheres idosas como a mães, e as moças como a irmãs.9

Lamentavelmente, milhares de comunidades foram destruídas por falta de honestidade. Paulo teve de re­preender a igreja de Corinto pelo seu código de silên­cio passivo, ao permitir a imoralidade em sua comuni­dade. Visto que ninguém tinha coragem de enfrentar o problema, ele disse: Vocês não podem simplesmente virar para o outro lado e esperar que isso vá embora por si mesmo. Exponham a situação e lidem com ela [...] melhor a desolação e o constrangimento do que a condenação [...] Vocês deixam isso passar como sendo algo pequeno, mas é tudo, menos pequeno [...] Não deveriam agir como se tudo estivesse tranqüilo, quando um de seus companheiros cristãos é promíscuo ou delinqüente, é impertinen­te com Deus ou indelicado com os amigos, quando se embebeda ou se torna ganancioso e voraz. Vocês não podem simplesmente concordar com isso, agindo como se fosse um comportamento aceitável. Não sou responsável pelo que fazem os de fora, mas não teríamos alguma res­ponsabilidade por aqueles de dentro de nossa comunidade?10

Formar uma comunidade exige humildade. A presunção, o con­vencimento e o orgulho obstinado destroem a comunhão mais rápi­do que qualquer outra coisa. O orgulho ergue muros entre as pesso­as; a humildade ergue pontes. A humildade é o ungüento que acal­ma e suaviza as relações. É por isso que a Bíblia diz: Sejam todos humildes uns para com os outros.11

O resto do último versículo diz:... porque Deus se opõe aos orgu­lhosos, mas concede graça aos humildes.12 Essa é a outra razão pela qual precisamos ser humildes: o orgulho obstrui a graça de Deus em nossa vida, a qual devemos ter para crescer, nos transformar, ser sarados e ajudar os outros. Recebemos a graça de Deus ao admitir humildemente que precisamos dela. A Bíblia diz que, no momento em que somos arrogantes, vivemos em oposição a Deus! Essa é uma maneira tola e perigosa de viver.

Você pode desenvolver a humildade de várias maneiras práticas: admitindo suas fraquezas, sendo paciente com as fraquezas dos outros, estando aberto para admoestações e pondo os outros em evidência. Paulo orientou: Tenham a mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos.13 Aos cristãos em Filipos ele escreveu: Humildemente conside­rem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.14

Humildade não é pensar menos de si mesmo, mas pensar menos em si mesmo; humildade é pensar mais nos outros. Os humildes con­centram-se de tal forma em servir os outros, que não pensam em si.

Formar uma comunidade exige cor­tesia. Somos corteses quando respeita­mos nossas diferenças e somos cuida­dosos com os sentimentos uns dos ou­tros e pacientes com as pessoas que nos irritam. A Bíblia diz: É preciso carregar o “fardo” de termos consideração para com as dúvidas e temores de outras pes­soas — daqueles que sentem que essas coisas estão erradas. Agrade­mos ao outro, e não a nós próprios, e façamos aquilo que é para o seu bem e assim o edificaremos no Senhor.15 Paulo disse a Tito: O povo de Deus deve ser generoso e cortês.16

Em toda igreja e em todo pequeno grupo, há sempre pelo menos uma pessoa “difícil”, e normalmente mais que uma. Essas pessoas podem ter carências emocionais, insegurança profunda, maneirismos irritantes e escassas habilidades sociais. Você deve chamá-las de pessoas nte (“Necessária Tolerância Extra”).

Deus pôs essas pessoas em nosso meio tanto para benefício delas quanto nosso. Elas são uma oportunidade para crescermos e um teste para a comunhão. Será que conseguiremos amá-las como ir­mãos e irmãs, tratando-as com dignidade?

Em uma família, a aceitação não se baseia em quanto você é esperto, bonito ou talentoso. Baseia-se no fato de pertencermos uns aos outros. Defendemos e protegemos a família. Um membro da família pode ser um pouco pateta, mas ainda assim é um de nós. Da mesma forma, a Bíblia diz: Sejam dedicados uns aos outros como uma família afetuo­sa. Aprimorem-se em demonstrar respeito uns para com os outros.17

A verdade é que todos temos excentricidades e traços de tempe­ramento irritantes, mas comunidade não tem nada que ver com com­patibilidade. O fundamento para termos comunhão é nosso relacionamento com Deus: somos uma família.

Um segredo para a cortesia é saber de onde as pessoas estão vindo. Descubra o histórico delas. Quando você souber por que coi­sas passaram, certamente será mais compreensivo. Em vez de pen­sar na distância que elas ainda têm a percorrer, pense na distância que já percorreram apesar da dor que carregam.

Outra parte da cortesia é não subestimar as dúvidas das outras pessoas. O fato de você não temer alguma coisa não torna esse sen­timento inválido. A verdadeira comunidade se forma quando as pes­soas sabem que é seguro partilhar seus medos e suas dúvidas sem serem julgadas.

Formar uma comunidade exige sigilo. Somente em um ambien­te seguro, onde houver um acolhimento carinhoso e sigilo confiável, as pessoas se abrirão e compartilharão suas maiores mágoas, neces­sidades e erros. Sigilo não significa ficar em silêncio enquanto seu irmão ou irmã peca, e sim saber que aquilo que for comentado no grupo ficará restrito ao grupo. O grupo precisa conviver com isso e evitar a fofoca.

Deus detesta a fofoca; principalmente quando é maldosamente disfarçada como “pedido de oração” a favor de alguém. Deus diz: Os maus provocam discussões, e quem fala mal dos outros separa os maiores amigos.18 A fofoca sempre causa mágoa e discórdia, e isso destrói amizades. Deus é claro quando nos orienta a advertir os que causam dissensão entre cristãos.19 Eles podem se enfurecer e deixar seu grupo ou igreja ao serem enfrentados por causa de suas ações que semeiam a discórdia; mas a comunhão da igreja é mais impor­tante que qualquer indivíduo.

Formar uma comunidade exige constância. Você deve manter um contato constante e regular com seu grupo, a fim de desenvolver a verdadeira comunhão. Relaciona­mentos exigem tempo. A Bíblia nos diz: Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões. Pelo contrário, animemos uns aos outros.20 Devemos desenvolver o hábito de nos reunir. Hábito é algo que você faz com freqüência, e não uma vez ou outra. Você tem de passar tempo com as pessoas — muito tempo — para estabelecer relacionamentos ínti­mos. É por isso que a comunhão é tão superficial em muitas igrejas; não passamos tempo suficiente juntos, e o tempo que passamos é usado normalmente para ouvir uma única pessoa falar.

Uma comunidade não é formada de acordo com nossa conveniência (“Vamos nos reunir quando eu tiver vontade”), mas na convicção de que ela é necessária para nossa saúde espiritual. Se você quiser cultivar uma comunhão verdadeira, isso signifi­cará reunir-se mesmo quando você não tenha vontade, porque você acredita que é importante. Os primeiros cris­tãos se reuniam todos os dias! Regularmente eles adoravam juntos no templo todos os dias, reuniam-se em grupos pequenos nas casas para a Comunhão, e participavam das suas refeições com grande alegria e gratidão.21 Viver em comunhão requer investimento de tempo.

Se você é membro de um grupo pequeno ou de uma classe de escola dominical, recomendo que se faça um pacto entre todos, o qual inclua as nove características da comunhão bíblica: “Partilha­remos nossos verdadeiros sentimentos (autenticidade), incentivare­mos uns aos outros (reciprocidade), apoiaremos uns aos outros (compaixão), perdoaremos uns aos outros (misericórdia), falaremos a verdade com amor (sinceridade), admitiremos nossas fraquezas (humildade), respeitaremos nossas diferenças (cortesia), não fofocaremos (sigilo) e faremos do grupo uma prioridade (constância)”.

Quando você olha a lista de características, torna-se evidente o motivo por que comunhão é tão rara. Ela significa desistir de nosso individualismo e independência para nos tornar interdependentes. Mas os benefícios de dividir a vida com os outros suplanta larga­mente os custos e nos prepara para o céu.

Décimo Nono Dia

Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Comunidade exige comprome­timento.

Um versículo para memorizar: Nós compreendemos o que é o amor quando descobrimos que Cristo deu sua vida por nós. Significa que temos de dar nossa vida pelos outros crentes (1 João 3.16; gwt).

Uma pergunta para meditar: Como posso hoje ajudar a criar as características de uma comunidade verdadeira em meu grupo pequeno e em minha igreja?

Um comentário:

  1. PAZ,PROFETA.PARA AJUDAR A CRIAR AS CARACTERÍSTICAS DE UMA COMUNIDADE VERDADEIRA EM MINHA IGREJA,COM CERTEZA NÓS TEMOS QUE COMEÇAR PELA NOSSA FAMÍLIA NATURAL,OU SEJA,EM CASA,NO LAR.
    SE EM CASA COM MINHA ESPOSA,FILHOS,PAI OU MÃE,EU NÃO CONSIGUIR SER UMA PESSOA AUTENTICA,RECÍPROCA,HUMILDE,MISERICORDIOSA,SINCERA,CORTÊS,CONSTANTE,SIGILOSA E COMPASSIVA,ME DIGA MESMO, COMO CONSIGUIREI SER TUDO ISTO NA IGREJA?
    É IMPOSSÍVEL,PROFETA.PORÉM,INFELIZMENTE AS IGREJAS ESTÃO CHEIAS DE PESSOAS ASSIM,QUE FINGEM SEUS SENTIMENTOS E ATITUDES,APENAS PRA AGRADAR O PASTOR,OS IRMÃOS,E NÃO SABEM QUE ENQUANTO ESCONDEREM QUEM VERDADEIRAMENTE SÃO,NUNCA SERÃO TRATADAOS PELO ESPÍRITO SANTO DE DEUS E NUNCA SERÃO VERDADEIRAMENTE FELIZES E ABENÇOADAS.VIVERÃO SEMPRE AMARGAS,ANGUSTIADAS,TRISTES E DERROTADAS.EXEMPLOS TEMOS MUITOS,QUE NEM É BOM CITAR NOMES,POIS,COMO SÃO PESSOAS DOENTES ESPIRITUALMENTE,COM CERTEZA NÃO MAIS IRIAM A IGREJA.PORÉM,PELO QUE VI NO TEXTO,ORAR POR ESTAS PESSOAS NÃO IRÁ RESOLVER O PROBLEMA,É PRECISO IRMOS A ELA E COM CARINHO FALARMOS SOBRE SUAS DEFICIÊNCIAS,MÁGOAS E NECESSIDADES,NA CERTEZA QUE AO ABRIE SEU CORAÇÃO E SE COLOCAR NA POSIÇÃO DE SERVO,COM CERTEZA ALCANÇARÃO A LIBERTAÇÃO E A VITÓRIA.

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