segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tendo Uma Vida Comum




Dia 18


Tendo uma vida em comum

Cada um de vocês é parte do corpo de Cristo, e vocês foram escolhidos para viver juntos em paz.Colossenses 3.15; cev

Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos! Sl133.1; ntlh

A vida foi feita para ser partilhada.

Deus quer que vivamos juntos. A Bíblia chama essa experiência compartilhada de comunhão. Hoje em dia, entretanto, a palavra per­deu grande parte de seu significado bíblico. “Comunhão” ou “con­fraternização” hoje se refere normalmente a uma conversa casual, uma atividade social, comida e diversão. A pergunta “Onde você busca comunhão [congrega]?” significa “Qual igreja você freqüen­ta?”. “Ficar para a confraternização [comunhão]” normalmente sig­nifica “esperar pelo lanche”.

A real comunhão significa muito mais do que apenas aparecer nos cultos. É ter vida em comum. Ela inclui amar altruisticamente, compartilhar com transparência, servir nas necessidades práticas, ser generoso com o sacrifício de si mesmo, consolar compassivamente e todas as outras orientações “uns aos outros” encontradas no Novo Testamento.

Quando se trata de comunhão, o tamanho importa: quanto me­nor melhor. Você pode adorar no meio de uma multidão, mas não pode ter comunhão com ela. Quando um grupo se torna algo maior do que dez pessoas, alguém deixa de participar — normalmente o mais pacato —, e umas poucas pessoas acabam dominando o grupo.

Jesus ministrou no contexto de um pequeno grupo de discípulos. Ele podia ter escolhido mais, porém sabia que doze estava em torno do número máximo de pessoas que um grupo pequeno pode conter para que todos possam participar.

O corpo de Cristo, assim como seu próprio corpo, é na verdade um conjunto de muitas pequenas células. A vida do corpo de Cristo, tal qual o seu corpo, está contida no interior das células. Por essa razão, todo cristão deve estar envolvido em um pequeno grupo dentro de sua igreja; seja um grupo de comunhão nos lares, seja uma classe de escola dominical, seja um grupo de estudo bíblico. É ali que ocorre a verdadeira comunhão, e não nas grandes reuniões. Se você imaginar sua igreja como um navio, os grupos pequenos são os botes salva-vidas presos a ela.

Deus fez uma fantástica promessa a respeito de grupos peque­nos de crentes: Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles.1 Infelizmente, mesmo estar em um grupo pequeno não lhe garante experimentar uma comunhão real. Muitas classes de escola dominical, bem como grupos pequenos, ficam pre­sos à superficialidade e não fazem idéia de como é experimentar a verdadeira comunhão. Qual é a diferença entre a comunhão verda­deira e a falsa?

Na comunhão verdadeira, as pessoas encontram autenticida­de. A comunhão autêntica não é superficial; um papo-furado reple­to de banalidades. É genuína, de coração para coração; às vezes permitindo partilhar coisas íntimas. Ela ocorre quando as pessoas são verdadeiras sobre quem são e sobre o que está acontecendo em sua vida. Elas dividem suas mágoas, revelam seus sentimentos, con­fessam suas falhas, dão a conhecer suas dúvidas, admitem seus medos, reconhecem suas fraquezas e pedem ajuda e oração.

Autenticidade é exatamente o oposto do que você encontra em al­gumas igrejas. Em vez de uma atmos­fera de honestidade e humildade, há uma conversação fingida, represen­tada, politiqueira, superficialmente educada e frívola. As pessoas vestem máscaras, mantêm a guarda levantada e agem como se tudo em sua vida fosse positivo. Essas atitudes são a morte da verdadeira comunhão.

É somente quando somos abertos sobre nossa vida que experi­mentamos a real comunhão. A Bíblia diz: Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros [...] se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos.2 O mundo pensa que a intimidade ocorre na escuridão, mas Deus diz que ocorre na luz. As trevas são usadas para esconder ferimentos, erros, medos, fracassos e falhas. Mas, na luz, nós os trazemos todos para um lugar aberto e admitimos quem realmente somos.

Naturalmente, ser autêntico exige tanto coragem quanto humil­dade. Significa enfrentar seu medo de exposição, de rejeição e de ser novamente magoado. Por que alguém correria tal risco? Porque é a única maneira de crescer espiritualmente e ser emocionalmente saudável. A Bíblia diz: Portanto, confes­sem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.3 Nós só crescemos assu­mindo riscos, e o mais difícil risco de todos é sermos honestos com nós mesmos e com os outros.

Na verdadeira comunhão, as pessoas encontram reciprocidade. Reciprocidade é a arte de dar e receber. É depender um do outro. A Bíblia diz: A forma em que Deus estruturou os nossos corpos é o modelo para com­preendermos as vidas reunidas como igreja: todas as partes são in­terdependentes.4 Mutualidade é o coração da comunhão: edificar relacionamentos recíprocos, dividir responsabilidades e ajudar uns aos outros. Paulo disse: Quero que nos ajudemos uns aos outros com a fé que temos. A vossa fé me ajudará, e a minha fé os ajudará.5

Todos somos mais constantes em nossa fé, quando outras pesso­as caminham conosco e nos incentivam. A Bíblia ordena que haja prestação de contas, incentivo recíproco, mútuo atendimento e hon­ra recíproca.6 Por mais de cinqüenta vezes ao longo do Novo Testa­mento, somos orientados a realizar diferentes tarefas “uns aos ou­tros” e “entre si”. A Bíblia diz: Esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua.7

Você não é responsável por todos no corpo de Cristo, mas é res­ponsável para com eles. Deus espera que você faça tudo que puder para ajudá-los.

Na verdadeira comunhão, as pessoas encontram compaixão. Compaixão não é dar um conselho ou oferecer uma ajuda rápida e superficial; compaixão é penetrar e partilhar a dor dos outros. A compaixão diz: “Compreendo o que você está passando, e o que você sente não é estranho ou absurdo”. Hoje em dia algumas pessoas chamam isso de “empatia”, mas a palavra bíblica é “compaixão”. A Bíblia diz: Como povo escolhido de Deus [...] revistam-se de profun­da compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência.8

A compaixão alcança duas necessidades fundamentais dos seres humanos: a necessidade de ser compreendido e a necessidade de ter seus sentimentos confirmados. Toda vez que compreende e confirma o sentimento de alguém, você constrói comunhão. O problema é que estamos freqüentemente tão apressados em corrigir as coisas que não temos tempo de sentir compai­xão. Ou ainda estamos preocupados com nossas mágoas. A autopiedade esgota completamente a compaixão pelas outras pessoas.

Existem diferentes níveis de co­munhão, e cada um é adequado a um momento diferente. Os ní­veis mais superficiais de comunhão são: a comunhão de colabora­ção e a comunhão de estudo da Palavra de Deus em conjunto. Em um nível mais profundo está a comunhão de serviço, como quan­do ministramos em conjunto em viagens missionárias ou em obras de caridade. O nível mais profundo e intenso é a comunhão de sofrimento,9 quando entramos na dor e no sofrimento uns dos outros e carregamos os fardos uns dos outros. Os cristãos que melhor compreendem esse nível são os que ao redor do mundo estão sendo perseguidos, depreciados e freqüentemente martirizados por sua fé.

A Bíblia ordena: Compartilhem os seus problemas e transtor­nos uns com os outros e dessa forma obedeçam à lei de Cristo.10 É em tempos de crise, tristeza e dúvidas profundas que mais preci­samos uns dos outros. Quando as circunstâncias nos esmagam a ponto de nossa fé vacilar, é que mais precisamos de amigos cren­tes. Precisamos de um grupo pequeno de amigos que tenham fé em Deus por nós e para nos fazer vencer as dificuldades. Em um grupo pequeno, o corpo de Cristo é real e palpável, mesmo quando Deus parece distante. Foi disso que Jó necessitou durante seu so­frimento. Ele exclamou: Um homem desesperado deve receber a com­paixão de seus amigos, muito embora ele tenha abandonado o temor do Todo-Poderoso.11

Na comunhão verdadeira, as pessoas encontram misericórdia. A comunhão é uma situação em que opera a graça; em que os erros não são lembrados, mas apagados. A comunhão acontece quando a misericórdia triunfa sobre a justiça.

Todos precisamos de misericórdiNegritoa, porque todos tropeçamos e caímos e precisamos de ajuda para voltar ao caminho. Precisamos oferecer misericórdia uns aos outros e estar dispostos a recebê-la uns dos outros. Deus diz: Quando as pessoas pecarem, vocês devem perdoá-las e confortá-las, para que não sejam vencidas pelo desespero.12

Você não pode ter comunhão sem que haja perdão. Deus alerta: Jamais guardem rancor,13 porque amargura e ressentimento sempre destroem a comunhão. Como somos imperfeitos e pecadores, inevi­tavelmente magoamos uns aos outros quando ficamos juntos por algum tempo. Às vezes magoamos uns aos outros in­tencionalmente e às vezes sem querer, mas de qual­quer forma são necessárias enormes quantidades de graça e misericórdia para criar e manter a co­munhão. A Bíblia diz: Vocês precisam ter conside­ração para com as faltas uns dos outros e perdoar aos que lhes ofendem. Lembrem-se: assim como o Senhor lhes perdoou, vocês devem perdoar aos outros.14

A misericórdia de Deus para conosco é um estímulo para mostrarmos misericórdia com os outros. Lembre-se: jamais lhe será pedido que perdoe a alguém mais do que Deus já lhe perdoou. Sempre que é magoado por alguém, você tem uma escolha a fazer: usar sua energia e seus sentimentos para buscar vingança ou encontrar solução. Você não tem como buscar a ambos.

Muitas pessoas relutam em mostrar misericórdia porque não sa­bem a diferença entre confiar e perdoar. Perdoar é esquecer o passa­do. Confiar tem relação com comportamento futuro.

O perdão deve ser imediato, tenha ou não a pessoa pedido por ele. A confiança deve ser reconstruída com o transcurso do tempo. Confiança exige antecedentes. Se o magoam repetidamente, Deus lhe ordena que perdoe imediatamente; mas não se espera que você volte a confiar imediatamente ou que continue permitindo que tais pesso­as o magoem. Elas devem mostrar que mudaram com o tempo. O melhor lugar para restaurar a confiança é no con­texto de apoio mútuo de um grupo pequeno que ofereça tanto encorajamento como prestação de contas mútuos.

Existem muitos outros benefícios que você irá experimentar ao fazer parte de um grupo pequeno comprometido com a verdadeira comunhão. Essa é uma parte essencial da sua vida cristã que não pode ser ignorada. Por mais de dois mil anos, os cristãos têm se reunido regularmente em grupos pequenos para buscar comunhão. Se você nunca fez parte de um grupo ou de uma classe como essa, não sabe o que está perdendo.

Amanhã, veremos o que é necessário para criar esse tipo de comunidade com os outros crentes, mas espero que este estudo o tenha deixado ansioso para experimentar a autenticida­de, a reciprocidade, a compaixão e a misericórdia da verdadeira comunhão. Você foi criado para viver em comunidade.

Décimo Oitavo Dia

Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Preciso de outras pessoas em minha vida.

Um versículo para memorizar: Compartilhem os seus problemas e transtornos uns com os outros e dessa for­ma obedeçam à lei de Cristo (Gaiatas 6.2; nlt).

Uma pergunta para meditar: Que passo posso dar hoje para me unir a outro crente de forma mais íntima e verdadeira?

Um comentário:

  1. PAZ,PROFETA.PODEMOS NOS UNIR A OUTROS CRENTES DE FORMA MAIS ÍNTIMA E VERDADEIRA,QUANDO PASSAMOS A PROCURAR TER UMA MAIOR COMUNHÃO COM ELES.E ISSO SOMENTE É POSSÍVEL A MEDIDA QUE NOS TORNAMOS ÍNTIMOS UM DOS OUTROS,COMPARTILHANDO AS NOSSAS ATITUDES NEGATIVAS,BEM COMO,AS POSITIVAS,PARA QUE JUNTOS POSSAMOS CRESCER ESPIRITUALMENTE,POIS,EM VEZ DE CONDENARMOS A ATITUDE NEGATIVA DO NOSSO IRMÃO,IREMOS JUNTOS,BUSCAR SOLUÇÕES E PROCURAR DAR ÂNIMO E FORÇA PRA ELE VENCER SUA PELEJA E ASSIM TODA A IRMANDADE FICARÁ FORTALECIDA.PORTANTO,DEVEMOS PROCURAR SEMPRE ESTÁ PRÓXIMO UNS DOS OUTROS E COMPARTLHARMOS TANTO O QUE É BOM,E O QUE DESAGRADA,PARA QUE JUNTOS POSSAMOS VENCER A PELEJA E A CADA DIA SERMOS MAIS UNIDOS E MAIS FORTES.

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