quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Autoridade Espiritual


O ULTRAJE DE ARÃO E MIRIÃ

Falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher etíope, que tomara; pois tinha tomado a mulher cusita. E disseram: Porventura tem falado o Senhor somente por Moisés? não tem falado também por nós? O Senhor o ouviu. Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. Logo o Senhor disse a Moisés, e a Arão, e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação. E saíram eles três. Então o Se­nhor desceu na coluna da nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois chamou a Arão e a Miriã, e eles se apresentaram. Então disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me faço conhecer, ou falo com ele em sonhos. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente, e não por enigmas; pois ele vê a forma do Senhor: como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moi­sés? E a ira do Senhor contra eles se acen­deu; e retirou-se. A nuvem afastou-se de sobre a tenda; e eis que Miriã achou-se leprosa, branca como a neve; e olhou Arão para Miriã; e eis que estava leprosa. Então disse Arão a Moisés: Ai! senhor meu, não ponhas, te rogo, sobre nós este pecado, pois loucamente proce­demos, e pecamos. Ora não seja ela como um aborto, que saindo do ventre de sua mãe, tenha metade de sua carne já consumida. Moisés clamou ao Senhor, dizendo: Ô Deus, rogo-te que a cures. Respondeu o Senhor a Moisés: Se seu pai lhe cuspira no rosto, não seria enver­gonhada por sete dias? Seja detida sete dias fora do arraial, e depois recolhida. Assim Miriã foi detida fora do arraial por sete dias; e o povo não partiu, enquanto Miriã não foi recolhida (Nm. 12).

Falar contra a autoridade representativa provoca a ira divina

Arão e Miriã eram os irmãos mais velhos de Moisés. Portanto, em casa, Moisés deveria se sujeitar à autoridade deles. Mas na vocação e no trabalho de Deus eles deveriam se sujeitar à autoridade de Moisés. Eles não gostaram da mu­lher etíope com quem Moisés se casou, por isso murmuraram contra Moisés dizendo: "Porventura tem falado o Senhor somente por Moisés? não tem falado também por nós?" Os etíopes são africanos, descendentes de Cão. Moisés não deve­ria ter-se casado com esta mulher etíope. Na posição de irmã mais velha, Miriã poderia ter repreendido seu irmão com base em seu rela­cionamento familiar. Mas quando ela abriu a boca para difamar, tocou na obra de Deus, pondo em dúvida a posição de Moisés.

Deus tinha concedido a Moisés sua autoridade delegada para o trabalho. Como erraram Arão e Miriã em atacar a posição de Moisés, com base numa questão familiar! Fora Deus quem escolhe­ra Moisés para dirigir o povo de Israel tirando-o do Egito, mas apesar disso Miriã desprezou Moi­sés. Por causa disto Deus se aborreceu grande­mente com ela. Ela podia avir-se com o irmão mas não injuriar a autoridade de Deus. O pro­blema foi que nem Arão nem Miriã reconheceram a autoridade de Deus. Permanecendo no terreno natural exibiram um coração rebelde.

Mas Moisés não revidou. Ele sabia que, tendo sido estabelecido por Deus como autoridade, não precisava defender-se. Todo aquele que o inju­riasse encontraria a morte. Enquanto Deus lhe desse autoridade podia permanecer em silêncio, Um leão não precisa de proteção, uma vez que tem em si autoridade total. Moisés podia repre­sentar Deus com autoridade porque antes ele mesmo se sujeitou à autoridade divina, pois ele era muito manso, mais do que todos os homens que habitavam a face da terra. A autoridade que Moisés representava era a própria autoridade de Deus. E ninguém pode tirar a autoridade conce­dida por Deus.

Palavras rebeldes sobem ao céu e são ouvidas por Deus. Quando Arão e Miriã pecaram contra Moisés, pecaram contra Deus que se encontrava em Moisés. A ira do Senhor foi acesa contra eles, Sempre que o homem entra em contato com au­toridade delegada por Deus, entra em contato com o próprio Deus que se encontra nessa pes­soa; pecar contra autoridade delegada é pecar contra Deus.

A autoridade é opção divina, não mérito humano

Deus convocou os três na tenda da congregação Arão e Miriã foram sem nenhuma hesitação, porque pensaram que Deus estaria do lado deles e também porque tinham muito a dizer a Deus, uma vez que Moisés causara todos aqueles pro­blemas na família casando-se com uma mulher etíope. Mas Deus proclamou que Moisés era seu servo fiel em toda sua casa. Como se atreviam a falar contra o seu servo? Autoridade espiritual não é algo que se obtém através de esforços. concedida por Deus a quem quer que ele escolha Como o espiritual difere do natural!

O próprio Deus é autoridade. É preciso tomar cuidado para que não se cometa ofensa. Qual­quer um que falasse contra Moisés falava contra o escolhido de Deus. Não desprezemos jamais os vasos escolhidos por Deus.

A rebeldia se manifestou na lepra

A ira do Senhor se acendeu contra eles e a nuvem se afastou da tenda. A presença de Deus desapareceu e imediatamente Miriã ficou branca de lepra. Sua lepra não surgiu devido à conta­minação; foi claramente um castigo de Deus. Ser leprosa não era de maneira nenhuma coisa me­lhor do que ser uma mulher etíope. E ela que assim ficou leprosa teve de ficar isolada, perden­do todo privilégio de se comunicar com os outros.

Quando Arão viu que Miriã estava leprosa, rogou que Moisés agisse como mediador e orasse pedindo cura. Deus disse: "Se seu pai lhe cuspira no rosto, não seria envergonhada por sete dias? Seja detida sete dias fora do arraial, e depois recolhida." E, em resultado disto, a viagem da tenda ficou atrasada por sete dias. Sempre que há rebeldia e ofensa entre nós, perdemos o contato com Deus, e a tenda terrena permanece irre­movível. A coluna da nuvem divina não descerá até que aquelas palavras ofensivas tenham sido esclarecidas. Se esta questão da autoridade não for resolvida, tudo mais se torna vazio e inútil.

Além da autoridade direta, seja submisso à autoridade representativa

Muitos se consideram obedientes a Deus quan­do na realidade nada sabem sobre a sujeição à autoridade delegada por Deus. Aquele que é ver­dadeiramente obediente descobrirá que a auto­ridade de Deus se encontra em todas as circuns­tâncias, no lar, e em outras instituições. Deus perguntou: "Como, pois, não temeste falar contra o meu servo?" É preciso prestar atenção especial sempre que palavras injuriosas forem anunciadas. Palavras tais não devem ser pronunciadas levia­namente. A injúria é prova de que há um es­pírito rebelde dentro da pessoa; é o germe da rebeldia. Temos de temer a Deus e não devemos falar levianamente. Mas existem hoje em dia aqueles que falam dos anciãos da igreja e da­queles que estão acima deles; não percebem a gravidade de tais palavras. Quando a igreja for reavivada na graça de Deus, aqueles que ofen­deram serão tratados como leprosos.

Que Deus nos conceda a graça de compreender que isto não se refere aos nossos irmãos, mas à autoridade instituída por Deus. Depois de reco­nhecermos a autoridade, perceberemos como pe­camos contra Deus. Nosso conceito de pecado passará por uma transformação drástica. Olha­remos para o pecado como Deus olha. Veremos que o pecado que Deus condena é o da rebeldia do homem.

Pr.Medeiros & Nazaré

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