quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PALAVRA DO PASTOR


- Ministrar em Vida

Leitura: "Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. (...) Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida. (...) Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia" (2 Coríntios 4. 1,2, 7-12, 16).

A Segunda Carta aos Coríntios é um livro muito impor­tante, pois nos fala como deve ser a pessoa que serve a Deus. Por exemplo: os capítulos 8 e 9 nos falam, entre outras coisas, qual deve ser a atitude do servo do Senhor em relação ao dinheiro. Também vemos em 2 Coríntios o que significa ministrar em vida.

De todas as epístolas de Paulo, 1 Coríntios é a mais rasa e superficial, pois trata principalmente com o certo e o bom - por isso, não é tão profunda. Entretanto, 2 Coríntios é a mais profun­da de todas as epístolas (sem dúvida, Efésios é a mais elevada, mas 2 Coríntios é a mais profunda). Primeira Coríntios trata bastante de questões e problemas exteriores, mas no meio de tudo isso uma porção de realidades espirituais interiores vitais de grande preciosidade se destacam. Uma delas é que Deus escolheu as coisas fracas deste mundo, as desprezadas, as ignorantes e tolas, as que nada são e os que são nada, para envergonhar as sábias, a fim de que nenhuma carne se glorie aos Seus olhos. Outra coisa importante é que tudo o que temos recebemos de Deus, para que ninguém fique orgulhoso. Outro assunto de destaque é o comentário de Paulo sobre os vários dons e o valor deles. Além disso, ele traz o maravilhoso capítulo sobre o amor. Depois, no meio do capítulo que trata sobre o véu, Paulo nos dá o tremendo princípio de que a Igreja deve se colocar debaixo da autoridade conforme o arranjo de Deus: Cristo sob Deus, o homem sob Cristo e a mulher sob o homem. E, no início da carta, a grande questão da unidade é tratada, mostrando como toda a nossa unidade depende do tratamento drástico da carne.

ENSINOS BASEADOS NA VIDA

Embora tudo em 1 Coríntios seja simples, fácil de entender e não tão profundo, Deus planejou que esta não fosse a única carta escrita; Ele fez planos para que 2 Coríntios fosse acres­centada a ela. Na Segunda Carta vemos o tipo de pessoa que nos deu a Primeira, e é isso que dá a ela o seu valor. Primeira Coríntios é construída sobre a vida espiritual pessoal daquele que escreveu 2 Coríntios, e isso faz toda a diferença.

O ensino sobre dinheiro em 1 Coríntios só tem o devido valor por causa da própria atitude de Paulo em relação ao di­nheiro, manifestada em 2 Coríntios. Ele disse que nunca havia recebido dinheiro deles, mas havia trabalhado com as próprias mãos a fim de poupá-los, como faria uma mãe.

O ensinamento sobre a ressurreição em 1 Coríntios tem seu valor por ser uma experiência viva para ele. Ele conhecia a vida de ressurreição de Cristo nele mesmo, conforme sua declaração: "Também nós cremos; por isso, também falamos, sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco" (2 Co 4.13, 14). Em outro lugar, ele afirmou: "Já em nós mesmos tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós e sim no Deus que ressuscita os mortos" (1.9), e "sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor (...) preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2 Co 5.6, 8).

Tome também o ensinamento de Paulo sobre o amor. De todas as igrejas, a que estava em Corinto foi a mais rude de todas em seu tratamento com Paulo. Os crentes em Corinto o atacaram, interpretaram-no erradamente, tiveram pouca consi­deração para com ele, criticaram-no ferozmente, cometeram todo tipo de injustiça com ele e o feriram profundamente; todavia, em 2 Coríntios vemos como Paulo recebeu tudo com mansidão e graça. Ele disse: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É Ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consola­ção com que nós mesmos somos contemplados por Deus" (2 Co 1.3, 4). Ele reagiu com amor, não com repreensões, com terna compreensão e lágrimas, muitas orações e muito perdão.

Em 1 Coríntios Paulo nos mostra que Deus escolheu as coisas fracas, tolas e ignorantes, que ele, Paulo, é tão tolo e fraco como eles. Mas em 2 Coríntios ele diz: "Somos realmente fracos, totalmente fracos, mas existe algo em que se gloriar: Cristo em nós não é fraco. Ele é forte, Ele é poderoso, Ele é todo-suficiente". "Minha graça te basta", disse o Senhor a Pau­lo, "porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, portanto", respondeu Paulo, "mais me gloriarei nas fraquezas para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (12.9).

Paulo disse em 1 Coríntios que eles deviam estar dispostos a sofrer perdas nas questões financeiras, e para nunca irem ao tribunal, mas em 2 Coríntios ele se mostra como alguém que nunca se levanta pelos seus próprios direitos, mas aceita qualquer perda, pobreza ou prova que chegar a ele.

Pr.Medeiros

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