sábado, 6 de fevereiro de 2010

PALAVRA DO PASTOR


O Ministério Sacerdotal

"Coré, filho de Isar, filho de Coate, filho de Leví, tomou consi­go a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rúben. Levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congre­gação, eleitos por ela, varões de renome, e se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos exaltais sobre a congre­gação do SENHOR? (...) Coré fez ajuntar contra eles todo o povo à porta da tenda da congregação; então, a glória do SENHOR apareceu a toda a congregação. Disse o SENHOR a Moisés e a Arão: Apartai-vos do meio desta congregação, e Os consumirei num momento. Mas eles se prostraram sobre o seu rosto e disseram: Ó Deus, Autor e Conservador de toda a vida, acaso, por pecar um só homem, indignar-te-ás contra esta congregação? (...) Eles e todos que lhes pertenciam desceram vivos ao abismo; a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação" (Números 16.1-3, 19-21, 33).

"A vara do homem que Eu escolher, essa florescerá; assim, farei cessar de sobre Mim as murmurações que os filhos de Israel proferem contra vós (...) No dia seguinte, Moisés entrou na tenda do Testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Leví, brotara, e, tendo inchado os gomos, produzira flores, e dava amêndoas. (...) Todo aquele que se aproximar do tabernáculo do SENHOR, morrerá; acaso expiraremos todos?" (Números 17.5, 8, 13).

Todos os que servem à Igreja servem, em primeiro lugar e antes de tudo, ao Senhor. Algumas vezes eles são chamados de ministros de Cristo e, outras, de ministros de Deus. Profetas e mestres são especialmente chamados de pessoas que servem ou ministram ao Senhor. Servir à Igreja ou ministrar ao povo é diferente de ministrar ao Senhor, e servir ao povo sem servir ao Senhor é relativamente de pouco valor para Deus. Freqüentemente existe a necessidade do evange­lho, de obreiros e de coisas assim; mas Deus também tem Sua necessidade. Se houver necessidade de obra ou de obreiros, e ela for satisfeita sem, todavia, ser um trabalho com Deus, a satisfação da necessidade de Deus ou um ministério ao Senhor em resposta à Sua necessidade e chamamento terá falhado.

Se houver ministério profético sem o ministério sacerdotal ao mesmo tempo, ele será sem valor e não poderá edificar a Igreja. Se minha mão esquerda quiser ajudar minha mão di­reita por estar ela ferida e doendo, minha mão esquerda não poderá ajudá-la diretamente. Ela terá que fazer isso através da cabeça. Ela só pode se comunicar com a outra mão por meio da cabeça. A mão esquerda vem em auxílio da outra mão não por si mesma, mas através da cabeça, isto é, para satisfazer a necessidade da cabeça. Portanto, qualquer ministério que não seja realizado por meio da Cabeça (Cristo) e para a Cabeça não tem valor e só nos leva a ter problemas com os outros membros.

Todo ministério que perdeu sua ênfase sacerdotal acima de todas as coisas já fracassou. Se alguém não foi à presença de Deus, em primeiro lugar, ele não pode sair da presença de Deus com qualquer mensagem ou serviço de valor. Se não ficamos na presença de Deus como sacerdotes, toda a nossa obra, testemunho, movimentação e esgotamento serão apenas um ministério ao homem e não ao Senhor.

A CHAMADA E A QUALIFICAÇÃO DO SACERDOTE

Que tipo de pessoa pode chegar a presença de Deus como sacerdote? Esse assunto é igual tanto no Antigo como no Novo Testamento. Devemos ser um reino de sacerdotes, reis e sacerdotes para Deus. Embora este seja o plano original de Deus, Israel falhou com respeito a ele. Quando Moisés desceu do Monte com os Dez Mandamentos, os israelitas já estavam adorando o bezerro de ouro. Então Deus disse: "Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um, a seu amigo, e cada um, a seu vizinho" (Êx 32.37). Entretanto, apenas os levitas obedeceram; e daquela ocasião em diante o ministério sacerdotal foi concedido a eles.

No caso dos filhos de Coré (Nm 16), o que estava em ques­tionamento era quem era santo e quem podia servir a Deus.

Eles reivindicaram que todos eram santos e todos podiam igual­mente servir a Deus. Mas Deus os julgou. A terra se abriu e engoliu todos os homens que pertenciam a Coré, junto com todos os seus bens, e fogo saiu de diante do Senhor e devo­rou os duzentos e cinqüenta homens que haviam oferecido incenso. Disso podemos ver que existe vida para aqueles que são designados por Deus para servi-Lo, mas para aqueles que não são chamados e, ainda assim, se apresentam e tentam servi-Lo por sua própria iniciativa, simplesmente porque assim desejam fazer ou por ser bom de ser feito, para eles há apenas destruição. Isso não é algo sem importância, sobre o qual Deus possa passar por cima; não, isso é algo grande: é uma questão de vida ou morte.

Ainda é verdade que todos os filhos de Deus são sacerdotes. Aleluia, ainda é verdade! Todavia, é igualmente verdadeiro que não podemos executar este oficio sem qualificações especiais. Não podemos exercitar nossa função designada como sacerdo­tes de acordo com o que naturalmente somos. Espiritualmente falando, apenas Moisés, Arão e os levitas podem executar esse ofício. Vemos esse princípio no caso de Coré, Datã e Abirão. Quando os duzentos e cinqüenta príncipes da congregação ofe­receram fogo falso nos incensários, eles foram consumidos.

Logo depois, a vara de Arão e as varas representativas das outras tribos foram colocadas no tabernáculo. No dia seguinte, apenas a vara de Arão floresceu. Isso, sem dúvida, significa ressurreição, a vida que sai da morte. Somente os que passaram pela morte e entraram na vida de ressurreição podem ministrar ao Senhor. Eles precisam conhecer a morte da cruz.

Não há possibilidade de você tomar algo da velha criação e colocar no tabernáculo, no ministério do Senhor: nem sua velha mente, sua inteligência ou seu talento, sua eloqüência ou qualquer tipo de força da velha criação. Tudo isso tem de ir direto para a morte e sair na vida de ressurreição. Se sua vara não florescer, você não pode servir a Deus. Resumindo, você não pode servir a Deus se conhece[1] apenas o sangue, mas não conhece9 a cruz.

DA MORTE PARA A VIDA

É verdade que, em posição, todos nós, cristãos, somos sa­cerdotes, mas é só depois que aceitamos a obra subjetiva da cruz e permitimos que nossa vida natural seja completa e ab­solutamente tratada que podemos desempenhar o ministério sacerdotal.

A ressurreição tem apenas um significado, este: a pessoa pas­sou pela morte e recebeu nova vida. A ressurreição que vemos em Filipenses 3 é o aspecto positivo. Não se trata de algo que passa pela morte e sai vivo. Não, ressurreição é vida entrando na morte e emergindo em nova vida. Tudo o que é bom e ativo em nós, tudo o que vem do novo nascimento, a vida nascida de novo, pura e nova que Deus nos deu: tudo isso tem de descer à morte e passar pela morte, e ser purificado novamente pela morte, purificado três vezes pelos três dias (que tipificam ple­nitude, perfeição e inteireza da morte) e sair em vida. Isto é, de fato, vida de ressurreição: é a vida que, tendo passado pela morte - a morte que consome tudo o que essa vida reuniu do ego e do mundo , nunca mais pode ser tocada pela morte. Isso é a vida na qual não existe morte.

Tudo o que temos naturalmente como dons e tudo o que Deus nos deu como dons do Espírito deve passar pela morte. Se somos pessoas dotadas para conversar ou falar, podemos constatar o desaparecimento de tudo isso quando passamos pela morte. Pois, embora as conversações tenham sido boas, úteis e "espirituais", elas não vinham inteiramente do Espírito de Deus. Na verdade, era uma mistura e, por esta causa, será purificada ao passar pela morte. Nossa força e capacidade natu­ral nunca emergirão da morte. Todo o nosso poder intelectual precisa passar pela morte, caso contrário nunca poderá servir a Deus. E essa morte não é a morte de Romanos 6 e Gálatas 2.20; é algo além disso! Essa morte e ressurreição é a base, e a única base, para o ministério sacerdotal.

Graças a Deus, nós recusamos todo serviço que seja apenas ao homem. Não servimos ao homem, servimos a Deus, pois somos em primeiro lugar ministros de Cristo e, depois, do ho­mem, da Igreja. Mas a base de tudo isso é morte e ressurreição que resulta num ministério sacerdotal voltado para Deus, e depois no ministério ao homem. Que o Senhor nos conceda graça para entrarmos no Santo dos Santos, porque tudo o que é do ego e do homem, toda a mistura e tudo o que é da terra foi destruído na morte, enquanto o que é indestrutível e não pode morrer emergiu na vida de ressurreição.


[1] Conhecer aqui, como já exposto pelo pastor, não se refere a conhecimento doutrinário, mental, mas ao conhecimento advindo da experiência e do relacionamento com Deus e manifestado na vida diária.

Pr.Medeiros

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