quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PALAVRA DO PASTOR



Iniqüidade No Ministério

Leitura: "Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali junto à arca de Deus (...) Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR?" (2 Samuel 6.6, 7, 9).

"O sacerdote Azarias (...) com oitenta sacerdotes do Se­nhor, homens da maior firmeza (...) resistiram ao rei Uzias e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para este mister; sai do santuário, porque transgrediste; nem será isso para honra tua da parte do Se­nhor Deus. Então, Uzias se indignou; tinha o incensário na mão para queimar incenso; indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu na testa perante os sacerdo­tes, na Casa do Senhor, junto ao altar do incenso. Então, o sumo sacerdote Azarias e todos os sacerdotes voltaram-se para ele, e eis que estava leproso na testa, e apressadamente o lançaram fora; até ele mesmo se deu pressa em sair, visto que o Senhor o ferira. Assim, ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da Casa do Senhor; e Jotão, seu filho, tinha a seu cargo a casa do rei, julgando o povo da terra"

(2 Crônicas 26.18-21).

"Disse o Senhor a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniqüidade relativamente ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a ini­qüidade relativamente ao vosso sacerdócio. Também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Leví, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam, quando tu e teus filhos contigo estiverdes perante a tenda do Testemunho. Farão o serviço que lhes é devido para contigo e para com a tenda; porém não se aproximarão dos utensílios do san­tuário, nem do altar; para que não morram, nem eles, nem vós. Ajuntar-se-ão a ti e farão todo o serviço da tenda da congregação; o estranho, porém, não se chegará a vós outros. Vós, pois, fareis o serviço do santuário e o do altar, para que não haja outra vez ira sobre os filhos de Israel (...) Mas tu e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdócio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do véu, isto é, vosso serviço; Eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva; porém o estranho que se aproximar morrerá. Disse mais o Senhor a Arão:Eis que Eu te dei o que foi separado das Minhas ofertas, com todas as coisas santificadas dos filhos de Israel; dei-as por direito perpétuo como porção a ti e a teus filhos" (Números 18.1-5, 7, 8).

Ministério sacerdotal no Antigo Testamento sempre significa ministério ao Senhor. Esse ministério é a base de todos os outros ministérios. Se alguém não tem esse ministério, todos os outros ministérios são vazios e inúteis, não podem agradar ao Senhor nem ser aceitos por Ele. No Novo Testamento, vemos que o ministério profético é o grande ministério. Mas aqui também notamos que esse ministério tem como base o ministério sacerdotal e, sem ele, o ministério profético se torna exterior e vazio, voltado apenas para o homem e não para o Senhor. Devemos observar que existem dois tipos de serviço: o serviço para Deus e o servi­ço a Deus. Nunca se esqueça disto: só o serviço a Ele Lhe é aceitável.

A INIQÜIDADE DO SANTUÁRIO

Deus disse a Arão: (1) "Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniqüidade relativamente ao santuário"; (2) "[Eles (a tribo de Levi)] farão o serviço que lhes é devido (...) porém não se aproximarão dos utensílios do santuário, nem do altar"; (3) "O estranho, porém, não se chegará a vós."

Deus nos mostra muito claramente o que Ele pensa do pe­cado e passa por toda a lista; todavia, aqueles pecados não são punidos pela morte. Mas "a iniqüidade do santuário", a iniqüi­dade do ministério, só é punida com a morte, sem possibilidade de escape ou perdão. Esse tipo de iniqüidade, diferentemente de mentir ou matar, da soberba ou da quebra da lei de alguma forma, não é fácil de ser expiado. Esse pecado, a iniqüidade do ministério, não deve ser perdoado. Esse tipo de coisa simples­mente não deve ser permitido, tolerado ou perdoado. Qualquer outro pecado pode ser purificado e perdoado, mas este não.

O que são esses pecados do santuário? Precisamos voltar atrás e ver novamente o que é o ministério. Vimos que todo ministério é resultado de morte e ressurreição. A vara morta de Arão devia ser colocada diante de Deus e passar pela mor­te. A vara não tinha vida em si mesma, era uma coisa morta. Precisamos reconhecer que nós, como a vara, somos coisas mortas: inúteis, definitivamente inúteis, sem qualquer coisa para oferecer, sem esperança, sem o menor fragmento para oferecer a um mundo necessitado, sem um átomo de nada de valor para Deus ou que Ele possa usar.

Mas quando Deus tomou essa vara morta e a fez passar pela morte, ela brotou. Ela simplesmente tem de ser depositada diante do Senhor, para que Ele possa colocar Sua própria vida nela. No vaso de barro, Ele deposita aquele tesouro de grande valor: Sua própria vida que passou, ela mesma, pela morte e ressurreição. É a Sua morte e a Sua ressurreição que Ele nos leva a experimentar, como é mencionado em Filipenses 3. Por exemplo: tome alguém inteligente que tenta servir o Senhor com sua inteligência. Um ministério como este não resulta em vida. Pelo contrário, tudo o que ele toca resulta em morte porque ele mesmo não passou pela morte de Filipenses 3.

Qual é, então, a iniqüidade do santuário? E levar para o serviço do Senhor algo além da vida de ressurreição. Muitos são fervorosos pelo Senhor, mas apenas de forma natural; eles trazem seu próprio entusiasmo acalorado para o serviço ao Senhor. Isso é uma iniqüidade do santuário. Muitos servos de Deus trazem sua vontade forte para o serviço do Senhor. Isso é um pecado do santuário. Outros centralizam tudo na mente: a mente deles é clara e forte, e eles captam as coisas rapidamen­te; têm grande desejo de estar nos círculos espirituais e com pessoas espirituais e gostam de ouvir mensagens espirituais. Mas eles estão, por assim dizer, apenas assistindo tudo através de uma janela; aquilo nunca se tornou vida para eles. Deus nunca tocou verdadeiramente o espírito deles nem lhes deu revelação. Nunca passaram pela morte tudo o que neles é bom, forte e natural. Eles, pelo contrário, trazem a mente natural, talentos e tudo quanto é natural para o serviço de Deus. Isso é abominável para Ele e é o pecado do santuário.

A menos que nosso ministério seja aceitável a Deus, ele resulta em morte. Foi assim com Uzá quando estendeu a mão e tocou na arca de Deus, pois os bois que puxavam o carro novo sobre o qual ela estava tropeçaram e ela caía. Ele tocou o que era santo com mãos impuras e encontrou morte imediata. Em­bora fosse uma reação perfeitamente natural, não era, todavia, de acordo com a ordem de Deus. Era um serviço a Deus, mas contrário à norma de Deus, realizado à maneira do homem e na mente e força do homem. Muitas vezes estendemos a mão da carne e tentamos fazer aquilo que só Deus pode fazer. Nós falamos antes do tempo de Deus; não esperamos até que Ele realize as coisas no Seu próprio tempo e maneira e pelo Seu próprio Espírito. Tentamos fazer isso por Ele, mas o resultado é apenas morte - Deus pune tal coisa com morte.

O rei Uzias se atreveu a tomar sobre si aquilo que Deus havia designado apenas para os sacerdotes realizarem, isto é, queimar incenso a Deus. Deus respondeu imediatamente à sua atitude com a lepra: morte.

***Da mesma forma, muitos hoje tentam ministrar no templo do Senhor quando, na verdade, Ele não os designou para isso. Eles querem servir ao Senhor, amam a obra cristã, encontram grande alegria nela, movimentam-se numa atividade incessante pelo Senhor, fazem sacrifícios por Ele e comem muitas coisas amargas na obra por Ele: isso pode estar errado? Deus diz que é a iniqüidade do santuário por não ter sido designado por Ele. Ele não chamou tais pessoas para realizar isso. Tal obra é feita na força do homem e não na força de Deus ou, então, essa obra nunca conheceu a cruz nem passou pela morte. A confiança em qualquer coisa da velha criação e a introdução delas na obra do Senhor - coisas tais como eloqüência, inteligência, bondade, capacidade e outras -, constituem a iniqüidade do ministério. Qualquer dependência da força própria de alguém para servir ao Senhor é um pecado do santuário.

DE DEUS PARA DEUS

Só podemos servir a Deus com aquilo que é de Deus. Nada a não ser aquilo que procede de Deus pode ser usado no serviço a Ele. Podemos ter reuniões anima­das em que as emoções são despertadas, mas isso pode estar totalmente no plano natural e provará ser madeira, feno e palha e nunca passará pelo fogo. Podemos até mesmo olhar para trás e louvar ao Senhor por todas as bênçãos que Ele nos permitiu ver, as quais foram concedidas aos outros no passado, mas se tal ministério não teve como base a morte e a ressurreição de Filipenses 3, ele nunca permanecerá ao passar pelo fogo.

Você precisa estar tão morto quanto a vara colocada diante do Senhor durante uma noite. Durante uma noite e não por dez minutos. Muitos de nós emergimos muito cedo. Deus nos faz deitar, mas nós deveríamos levantar somente pela manhã. Todos devem passar por esse período de morte. Tal período de morte pode durar meses ou ser até mais longo. Qual é o resultado? Nosso ministério se vai, nossa riqueza espiritual é tirada; tudo o que possuíamos e nos levava a regozijar-nos, tudo o que conhecíamos e experimentávamos foi removido; nossa vida de oração cessou e nosso testemunho foi tirado. De fato, tudo parece ser trevas e morte. Entretanto, estamos nas mãos de Deus, deitados diante Dele no santuário. Rejei­tamos olhar para dentro de nós mesmos e nos examinar para ver onde estamos, no sentido de distinguir o que é o ego e o que é Deus, o que é alma e o que é espírito, pois tudo o que está dentro de nós é e será sempre trevas. Assim, decidimos simplesmente manter os olhos fitos no Senhor. Sabemos que a manhã da ressurreição virá, mas retiramos as mãos da obra e deixamos o Senhor realizar Sua obra perfeita durante toda essa noite de morte para todas as coisas.

Toda obra [para Deus] deve ser um serviço a Deus. Se es­tamos servindo a Deus, se estamos testemunhando para Ele, então somos verdadeiramente sacerdotes.

Pr.Medeiros & Nazaré

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