quarta-feira, 17 de março de 2010

Autoridade Espiritual


Autoridade, a controvérsia do universo

A controvérsia do universo centraliza-se sobre quem deve ter autoridade, e nosso conflito com Satanás é o resultado direto de atribuirmos autoridade a Deus. Para manter a autoridade de Deus temos de nos submeter a ela com todo o nosso coração. É absolutamente necessário que reconheçamos a autoridade de Deus e que pos­suamos uma noção básica do que ela significa.

Antes de reconhecer a autoridade, Paulo tentou acabar com a igreja; depois de se encontrar com o Senhor na estrada de Damasco entendeu que era difícil recalcitrar (o poder humano) contra os aguilhões (autoridade divina). Imediatamente caiu ao chão e reconheceu Jesus como Senhor. Depois disso, foi capaz de se submeter à orien­tação que lhe foi dada por Ananias na cidade de Damasco, pois Paulo tomara conhecimento da autoridade de Deus. No momento em que foi salvo, reconheceu a autoridade de Deus além da salvação de Deus. Como podia Paulo, que era inteligente e capa­citado, dar ouvido às palavras de Ananias — um humilde e desconhecido irmão que só foi men­cionado uma única vez na Bíblia — se não reco­nhecesse a autoridade de Deus? Se não tivesse tido um encontro com a autoridade na estrada de Damasco jamais se teria sujeitado a esse obs­curo e humilde irmão na cidade. Isto nos faz ver que todo aquele que conhece a autoridade lida puramente com a autoridade e não com o ho­mem. Não consideremos o homem mas unica­mente a autoridade investida nele. Não obedeça­mos ao homem mas à autoridade de Deus que está nesse homem. De outro modo, como po­deríamos ficar sabendo o que é autoridade? Es­tamos trilhando uma estrada errada se vemos o homem primeiro, antes de obedecer à autorida­de. O oposto é o certo. Nesse caso não nos fará di­ferença quem é o homem.

Deus tem o propósito de manifestar sua auto­ridade ao mundo através da igreja. A autorida­de de Deus pode ser percebida na coordenação dos diversos membros do corpo de Cristo.

Deus usa seu poder máximo para manter sua autoridade; por isso a coisa mais difícil de en­frentar é a sua autoridade. Nós que somos tão cheios de justiça própria e ainda assim tão ce­gos, precisamos, uma vez em nossa vida, ter um encontro com a autoridade de Deus para sermos quebrantados até à submissão e assim começar a aprender a obedecer a essa autoridade. Antes que um homem se sujeite à autoridade delegada por Deus, é preciso que reconheça a autoridade ine­rente a Deus.

Obediência à vontade de Deus — a maior das exigências da Bíblia

A maior das exigências que Deus faz ao homem não é a de carregar a cruz, servir, fazer ofertas, ou negar-se a si mesmo. A maior das exigências é que obedeça. Deus ordenou que Saul atacasse os amalequitas e os destruísse totalmente (1 Sm. 15). Mas, após a vitória, Saul poupou Agague, o rei dos amalequitas, junto com o que havia de melhor entre os bois e as ovelhas, os cordeiros e animais mais gordos e todas as coisas valiosas. Saul não quis destruí-los; argumentou que os poupara para sacrificá-los a Deus. Mas Samuel lhe disse: "Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gor­dura de carneiros" (versículo 22). Os sacrifícios mencionados aqui eram ofertas de cheiro suave — não tendo nada a ver com o pecado, pois as ofertas pelo pecado jamais foram chamadas de ofertas de cheiro suave. Eram oferecidas para aceitação e satisfação de Deus. Por que Samuel disse que "obedecer é melhor do que sacrificar"? Porque mesmo no sacrifício pode haver o elemen­to da vontade própria. Só a obediência honra a Deus de maneira absoluta pois só ela coloca a vontade de Deus no centro.

Para que a autoridade se expresse é preciso que haja submissão. Se é preciso que haja submissão, o ego precisa ficar excluído; mas de acordo com o ego, a submissão torna-se impossível. Isto só se torna possível quando alguém vive no Es­pírito. É a mais alta expressão da vontade de Deus.

A oração de nosso Senhor no Getsêmani

quem pense que a oração de nosso Senhor no Getsêmani, quando o seu suor se transfor­mou em gotas de sangue, foi devido à fraqueza de sua carne, ao temor que tinha de beber o cáli­ce. De modo nenhum, pois a oração no Getsêmani fundamenta-se no mesmo princípio de 1 Samuel 15:22. É a oração suprema na qual nosso Senhor expressa sua obediência à autoridade de Deus. Nosso Senhor considerava o obedecer à auto­ridade de Deus mais importante do que o sa-crificar-se sobre a cruz. Ele ora sinceramente para conhecer a vontade de Deus. Ele não diz: "Eu quero ser crucificado, eu tenho de beber o cálice." Simplesmente insiste em obedecer. Na realidade, diz: "Se houver possibilidade de não subir à cruz", mas ainda aqui não é a sua von­tade que se destaca. Imediatamente ele conti­nua, dizendo: "mas seja feita a tua vontade."

A vontade de Deus é absoluta; o cálice (isto é, a crucificação) não é absoluto. Se Deus prefe­risse que o Senhor não fosse crucificado, então ele não teria de subir à cruz. Antes de conhecer a vontade de Deus, o cálice e a vontade de Deus eram duas coisas separadas; contudo, depois que tomou conhecimento que era de Deus, o cálice e a vontade de Deus se mesclaram numa só coisa. A vontade representa autoridade. Portanto, para conhecer a vontade de Deus e obedecê-la é pre­ciso sujeitar-se à autoridade. Mas como alguém pode sujeitar-se à autoridade se não ora ou não tem desejo de conhecer a vontade de Deus?

"Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?" disse o Senhor (João 18:11). Aqui ele sustenta a supremacia da autoridade de Deus, não de sua cruz. Mais adiante, tendo compreen­dido que beber o cálice — isto é, ser crucificado para expiação — é a vontade de Deus, imedia­tamente diz: "Levantai-vos, vamos!" (Mt. 26:46). Indo à cruz ele realiza a vontade de Deus. Conse­quentemente a morte do Senhor é a mais alta expressão de obediência à autoridade. Mesmo a cruz, o ponto culminante do universo, não pode ser mais importante do que a vontade de Deus. Jesus considera a autoridade de Deus (a vontade de Deus) mais importante que a sua própria cruz (seu sacrifício).

No servir a Deus não somos chamados à ab­negação ou ao sacrifício, mas a cumprir o pro­pósito de Deus. O princípio básico não é o de escolher a cruz mas de obedecer à von­tade de Deus. Se o princípio sobre o qual tra­balhamos e servimos inclui rebeldia, então Satanás receberá e desfrutará a glória mesmo através de nossos sacrifícios. Saul poderia ofere­cer bois e ovelhas, mas Deus jamais os aceitaria como sacrifícios oferecidos a ele porque havia um princípio satânico envolvido. Eis por que as Escrituras declaram que "a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar" (1 Sm. 15:23).

Na qualidade de servos de Deus, a primeira coisa que temos de fazer é travar relações com a autoridade. Entrar em contato com a autoridade é coisa tão prática como entrar em contato com a salvação, mas é uma lição mais profunda. An­tes de podermos trabalhar para Deus temos de ser conquistados por sua autoridade. Todo o nosso relacionamento com Deus é regulado pelo fato de termos ou não travado relações com a autoridade. Em caso afirmativo encontraremos a autoridade em todos os lugares, e sendo assim governados por Deus, podemos começar a ser usados por ele.

Pr.Medeiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, sua opinião é muito importante para nós.