quinta-feira, 13 de maio de 2010

PERSONALIDADE


UM EXAME MAIS APROFUNDADO NO ASSUNTO

Quando disciplino alguém que critica as pessoas, faço imediatamente a pergunta: "O que você não gosta em si mesmo?" Talvez esse indivíduo ache que não seja tão inteligente, atraente ou talen­toso quanto seus amigos. Quando ele não gosta do que é, tem a necessidade de diminuir a todos, procu­rando falhas que aliviem seus próprios sentimentos de inferioridade. Temos de amar o nosso próximo como a nós mesmos. Sendo isso verdade, é possível que alguns dos nossos vizinhos fique muito desa­pontado ao se ver amado por nós. Aqueles que possuem grande talento ou habilidade em uma determinada área tendem a provocar inferioridade naqueles que não podem atuar tão bem quanto eles. Por exemplo, a maioria dos evangelistas, por força da criação da sua personalidade, muito exuberante e forte, se não fosse evangelista, poderia ser vendedor de carro.

Eles chegam na igreja e contam uma história após outra sobre sua ousadia em favor do Senhor, condenando secretamente à condição de quem envergonha o Evangelho, todo aquele que não seja tão expositivo em sua fé, mas que, simplesmente, tem aquele tipo de personalidade que não se ajusta a ficar batendo de porta em porta, argumentando e persuadindo, ainda que seja muito competente em acompanhar qualquer um que esteja interessado em buscar uma relação com Cristo. Os evangelistas que assim o fazem, não entendem que Deus usa cada membro do corpo de maneira diferente (o conhecido princípio "uns plantam outros colhem"). Portanto, continuam a exaltar suas habilidades proclamando em alta voz a mensagem de que eles vivem naturalmente uma vida cristã bem sucedida (sendo considerado sucesso somente aquilo que eles fazem). Infelizmente, quando alguém com esta personalidade em particular pastoreia uma igreja, com freqüência desenvolverá abordagens centradas em suas habilidades naturais, não nas da congre­gação. Como conseqüência, ele se vê obrigado a for­çar as pessoas a participarem e, como resultado, os programas normalmente têm curta duração. Se ele pudesse entender a diversidade das verdadeiras personalidades que o Senhor fez, seria muito mais útil como líder.

Há uma grande variedade de personalidades no corpo de Cristo, desde aquelas que amam a diver­sidade até aquelas inclinadas ao trabalho detalhado, desde as que seguem algum plano até as que se desviam do esquema das coisas, aquelas que amam a aventura e as novas idéias até as que preferem a consistência, as que trabalham com pessoas até aquelas que lidam com coisas. Tudo o que expresse a natureza da personalidade sob o controle da vida de Cristo é uma grande bênção.

É importante distinguir entre as três persona­lidades, a que é crucificada, a que é negada e a que será amada. A herança do nosso velho homem deve ser visualizada como a Personalidade Tipo 2, para que seja imediatamente reconhecida e negada. Do contrário, é possível que tentemos negar aquela personalidade projetada por Deus; algo descon­fortável e improdutivo de se fazer.

Deixe-me perguntar: Você ama a si mesmo? Deveria! Pode levar algum tempo até que se consiga ficar grato pela maneira como Deus nos fez, mas assim que se consegue, deixamos de nos comparar com os outros e começamos a gostar do restante do corpo de Cristo.

Certa vez, perguntei a um homem milionário como ele havia enriquecido. Ele me disse que foi bastante simples: subcontratou suas deficiências. Ou seja, ele não se cercou de pessoas que eram exatamente como ele, mas daquelas que eram muito diferentes em pensamentos e atitudes. Esta posição promoveu muita discórdia, mesmo assim, ele continuava indo ao banco levando cada vez mais dinheiro. Muitos querem evitar o conflito e, assim, cercam-se de pessoas que pensam exatamente como eles, o que nunca é muito produtivo. O corpo de Cristo é rico por sua diversidade, e não pelas tenta­tivas empreendidas no sentido de moldar todos em um único tipo de personalidade.

Muitos cristãos são bastante dados; gostam tanto das pessoas que permitem que elas os usem. Deus pode usar esse aspecto em particular da personalidade de maneira que eles nunca desistam de alguém e sejam persistentes até verem o Senhor trazer alguém da derrota para vitória. Por um outro lado, ao reconhecerem essa característica em si mesmos devem buscar a ajuda dos seus irmãos e irmãs quando estiverem em situação de tomar decisões.

Em l Samuel, capítulo 30, Davi e seus ho­mens estavam envolvidos em uma vitória sobrena­tural. Aqueles que estavam muito cansados para irem à batalha foram instruídos a permanecerem e manterem-se de guarda com a bagagem. Ao voltarem da batalha, alguns "homens maus" não quiseram compartilhar o despojo com aqueles que ficaram para trás e não haviam lutado. A resposta de Davi foi um decisivo não, porque aqueles que protegeram a bagagem eram merecedores do despojo tanto quanto aqueles que haviam lutado. Davi realmente não se esqueceu de que aquela vitória pertencia a Deus. E, afinal de contas, qual o propósito de se sair para a guerra para ganhar mais, se há a possibilidade de se perder o que já se possui?

Em nosso meio, há aqueles que Deus coloca na linha de frente para participar do Seu trabalho sobrenatural - que nunca deve ser visto como o nosso trabalho - e aqueles que Deus coloca no en­cargo da bagagem (aquilo que já se tem em posse), os quais receberão a mesma recompensa. Deus não mostra parcialidade. O primeiro será o último e o último, o primeiro. Deus cria aqueles com grande talento, habilidade e inteligência; ninguém cria a si próprio. Portanto, é Deus quem deve se orgulhar, e não nós.

Ouvimos os pais se orgulhando da inteli­gência, das habilidades nos esportes ou da aparência do filho. Onde se encontra Deus em tal orgulho e exaltação de uns sobre os outros? Nessa atitude se demonstra parcialidade e carnalidade! O orgulho não é bom, é contrário a Cristo.

Há aqueles cristãos que se colocam à parte, se utilizando, por exemplo, dos títulos. Fico sempre imaginando o dia em que estaremos diante do Se­nhor para recebermos um nome que ninguém conhece. Se usávamos um título terreno para rece­bermos glória em vida, o Senhor nos daria um nome que refletisse os nossos desejos egoístas?

Perceba que o talento, as habilidades e a inte­ligência são relativos. Cada personalidade tem seu exclusivo propósito e utilidade (l Coríntios 12). Temos diferentes dons, profissões, manifestações, corpos e nacionalidades, mas temos o mesmo Espírito. Cada um de nós é um indivíduo diferente e, ainda assim, somos todos um só; juntos, experi­mentamos a plenitude. Paulo encorajou aqueles que não estavam contentes com a sua personalidade (e, por isso, julgam a Deus, seu Criador) a se ama­rem como são e, ao mesmo tempo, a não buscarem glória pessoal pela maneira como Deus os fez.

Pr.Medeiros

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