Com a mesma simbologia dos objetos do Tabernáculo, a mobília e os utensílios do grande templo construído por Salomão eram repletos de analogias sagradas
O templo erguido para Deus por Salomão, assim como o que o sucedeu, foram feitos com o intuito de substituir o Tabernáculo. Basicamente, seguiam o mesmo planejamento dado pelo Senhor a Moisés para a grande tenda que acompanhava o povo de Israel pelo deserto. Tinha praticamente a mesma mobília cerimonial básica e quase os mesmos artefatos, com os mesmos significados.
Veremos aqui alguns dos principais elementos dos templos de Jerusalém e seus respectivos significados:

O “mar de bronze” – Também chamado “mar de fundição” (I Reis 7.23-40), era um grande reservatório de água
que ficava ao lado do altar de sacrifícios. Com a mesma simbologia da antiga pia do Tabernáculo, em sua água eram lavados os pecados, com um forte significado de purificação (na forma do sangue e qualquer outro resíduo que ficasse nas mãos e pés dos sacerdotes). O reservatório, redondo, ficava sobre doze bois esculpidos em bronze que, em grupos de três, tinham suas cabeças voltadas para os quatro pontos cardeais. No mar de bronze eram abastecidas dez pias móveis, sobre rodas, que eram espalhadas pelo pátio externo, cinco de cada lado do templo.


A mesa dos pães – A exemplo da mesa dos pães do Tabernáculo, o grande templo também tinha a sua, na mesma
posição, à direita de quem entrava no Lugar Santo. Com doze pães ázimos empilhados em duas colunas de seis, a mesa da proposição simbolizava o alimento que vem de Deus, bem como o alimento espiritual de sua palavra. Hoje sabemos que era um dos vários símbolos alusivos a Jesus Cristo, que se referiu a ele mesmo como sendo o “pão da vida” (João 6.35), mesmo que na época os construtores do templo não soubessem disso.


Altar de incenso – No altar que ficava no fim do Santo Lugar, o oráculo (I Reis 7.49), eram colocados os incensos,
cujos aromas de especiarias e outros perfumes dominavam o cômodo. Uma simbologia bastante forte para as súplicas, que novamente nos levam à figura do cheiro agradável que sobe aos céus em direção ao Senhor. Ali os sacerdotes dirigiam suas súplicas e a de seus fiéis, já que eram como intermediários entre o povo e Deus. Hoje, graças ao sacrifício supremo de Cristo, falamos diretamente ao Pai.


A Arca da Aliança – A Arca da Aliança, após muitos anos habitando no Tabernáculo, foi depositada no Santo dos Santos do grande templo de Salomão. Objeto sagrado somente tocado pelos sacerdotes e nunca por uma pessoa comum
do povo, encerrava outros objetos com imenso significado sagrado: as tábuas dos Dez Mandamentos que Moisés lavrara orientado por Deus (a Palavra), um bocado do maná que foi dado como alimento ao povo no deserto pela primeira vez (a provisão de Deus) e a vara de Arão que florescera (o reconhecimento de Deus da autoridade conferida a alguém). Sobre a Arca estava o Propiciatório, a tampa do grande baú, com duas imagens de querubins voltadas uma para a outra com as asas esticadas. Entre os anjos dourados, o sumo-sacerdote deveria focalizar a presença de Deus, que falava a ele (Êxodo 25.10-22).

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